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sexta-feira, 5 de junho de 2009

Nossa Cachoeirinha

Era uma vez um rio com águas limpas, peixes e com abundante vegetação em sua margem, especialmente com plantas da família das bromeliáceas. Tinha uma comunidade indígena e uma pequena cachoeira. Os índios que viviam na margem deste rio faziam coisas parecidas – tinham hábitos semelhantes a outros índios, viventes, de mil setecentos e oitenta e nove, ou seja: caçavam, pescavam e praticavam rituais religiosos e culturais. Um dia, estes índios resolveram colocar um nome neste rio, e como havia muito caraguatá em seu leito, eles o chamaram, Gravataí.
Com o passar do tempo, os portugueses ou descendentes deles, começaram a aparecer pelas bandas do Gravataí. À região começou a ser povoada por personagens brancos que se dedicavam à plantação de arroz, a criação de gado e a produção de leite. Até um Major veio morar próximo ao rio, o nome dele era Alberto Bins. Pensando em desfrutar do mesmo paraíso habitado pelos índios, o Major resolveu construir uma casa na margem do Gravataí.
Mais tarde, esta pequena porção de terra foi ganhando status, tanto que passou a se chamar, Vila Cachoeirinha. A cada ano, mais gente chegava à Vila, mais arroz e mais leite eram produzidos, era tanta produção que foi necessário criar mecanismos mais ágeis para seu escoamento. Com isso, a pequena cachoeira virou um problema, pois estava atrapalhando os barcos e o progresso, então, em mil novecentos e vinte e cinco ela foi explodida e perto dela, uma ponte foi construída.
Sem a cachoeirinha, e os barcos conseguindo se deslocar de uma ponta a outra do rio, tudo na Vila ganhou ritmo. A “coisa” acelerou tanto, que pessoas de todos os lugares do Rio Grande do Sul, vinham para região em busca de oportunidades profissionais.
Os índios partiram e a Vila, muitos anos depois, se transformou em uma cidade. E, como as lembranças daquela pequena cachoeira ainda povoavam os pensamentos dos seus habitantes – banhistas, eles resolveram batizar a nova cidade de Cachoeirinha.
E a vida, agora em um contexto de pólis, seguia seu curso de rápido desenvolvimento. Mas ainda faltavam às indústrias e os empregos, e os moradores de Cachoeirinha tinham que se deslocar para Porto Alegre em busca de atividades que os sustentassem. Essa situação rendeu a nova cidade de Cachoeirinha o primeiro apelido, o de “cidade dormitório”. Mas isso não durou muito e a partir de mil novecentos e setenta, as empresas começaram a chegar. Chegaram tantas que foi preciso instalar um Distrito para abrigá-las e, na Flores da Cunha, a avenida principal da nova cidade, surgiram muitos bares e restaurantes, a vida noturna, dentro das fábricas e bares era tão intensa, que ninguém mais dormia. Todos queriam mais: mais trabalho, mais lazer, mais cultura, mais crescimento... Com isso tudo, o apelido da nova cidade, sofreu uma radical inversão, assim Cachoeirinha passou a ser conhecida como a “cidade que nunca dorme”.
E como uma coisa sempre leva a outra, tudo foi mudando. Mais gente chegando, mais indústrias se instalando, mais carros nas ruas, mais comércio, mais placas para divulgar esta nova vocação econômica (comercial) que se juntou ao já consolidado perfil industrial. A população de nossa Cachoeirinha foi ficando grande e o espaço ficando apertado.
Hoje (2009), Cachoeirinha – uma das cidades que mais cresce no Estado, conta com mais de cento e vinte mil habitantes que vivem em um território com pouco mais de quarenta e três kilometros quadrados.
A cidade é formada por um povo trabalhador, com forte crença na vida e com uma enorme produção Cultural. Aliás, a produção Cultural, especialmente na área musical, é tão rica, tão intensa, que apelidar Cachoeirinha de “Cidade da Música” não é nenhum exagero, observem: temos a Orquestra de Flautas de Câmara Carlos Gomes que teve inicio na Oficina de Flautas realizada pela Secretaria da Cultura no Jardim Vitória (com o Maestro Roger) e que hoje conta com a regência do músico Caetano; temos mais de oitenta bandas de Rock, incluindo os grupos de Reggae, o pessoal do punk, do progressivo, do metal, do experimental; tem também os grupos de Pagode; os conjuntos de música Tradicionalista; a rapaziada da MPB; os grupos de Terno de Reis; as duplas de música Sertaneja; temos vários Coros, entre eles o valoroso Coral Municipal que ganhou estabilidade e qualidade a partir da contratação do novo maestro Marcelo Rabello; o belíssimo projeto Música, Ação e Inclusão, executado pela Secretaria da Educação; a OCA – Orquestra Municipal; a Associação dos Violeiros; as Escolas de Samba. Além dos músicos que seguem, eventualmente, carreira solo como Cleiton Amorim, Enéas Bittencourt, e o excepcional Telmo de Lima Freitas.
Para terminar sugiro que você descubra – conheça ainda: o Rio Gravataí; as ruínas da Casa do Major Alberto Bins, na área do Irga – Instituto Riograndense do Arroz; a Casa do Leite na parada 58; o Parque Tancredo Neves, no bairro Jardins do Bosque; o Mato do Júlio; o Distrito Industrial; a Fábrica do Ritter; os templos religiosos; os Ctgs, o Horto Municipal no Jardim Betânia e os espaços comerciais e gastronômicos de Cachoeirinha.
Talvez nestas visitas, turísticas e culturais, você acabe descobrindo uma nova cidade ou, a Cachoeirinha que está dentro de cada um que mora ao lado do Rio dos Caraguatás.

Claiton Manfro

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