Pra pensar
Existe uma crise política em
curso, tanto em âmbito partidário, quanto de militância social.
Os partidos políticos
abandonaram ou trocaram suas ideologias e suas referências de projeto social
(que norteiam o conteúdo programático), por interesses fisiológicos e
pragmáticos (disputa de cargos e espaços em governos e outras estruturas).
Este cenário contribuiu para
o surgimento de dezenas de partidos (hoje temos mais de 30 partidos no Brasil)
e as famosas legendas de aluguel (agremiações partidárias com viés
exclusivamente econômico), se tornaram uma praga em nosso país.
Tudo isso refletiu
diretamente no processo eleitoral e fez com que o voto ou o ato de votar tomasse
outra dimensão.
Os partidos se aproximam ou
se associam pelo tempo que irão dispor na mídia, pelos espaços que terão se
forem vitoriosos nas eleições e por outros motivos tão ou mais promíscuos. As
nominatas partidárias (listas dos candidatos) são recheadas de anomalias. O que
vemos, em geral, são candidatos sem identidade partidária, sem trajetória
política, sem conhecimento intelectual e sem nada que justifique sua indicação.
Na outra ponta, surgem
diversos tipos de eleitores:
O negociador consciente -
aquele que sabe que seu voto (individualmente) já não vale mais nada, pois as
eleições são de fato, definidas no momento em que os partidos fecham a as
coligações, ou seja, o resultado eleitoral é determinado pela quantidade de
partidos de cada coligação. Por isso, o negociador consciente leiloa sua
cidadania – vende seu voto porque acredita que nada mudará este estado de
coisas;
O negociador inconsciente ou
inocente útil – aquele assistencialista e desprovido de consciência, que só
pensa em tirar algum benefício da situação, ou seja, o negociador inconsciente
é aquele que acha certo vender o voto, que eleição é assim mesmo e que político
bom é aquele que compra o voto.
O negociador de má fé – aquele que vende seu
voto para diversos candidatos, espera o processo eleitoral como uma
oportunidade de aumentar sua renda;
O alienado – aquele que não
se interesse nem participa do processo eleitoral e que vota em qualquer um
porque acredita que a política é uma porcaria e que todos os políticos são iguais,
muitas vezes recolhe modelo de cédula do chão para votar;
O consciente e/ou
interessado – aquele que busca informações assiste os debates e procura
conhecer a história e as propostas de cada candidato para depois definir seu
voto. Este tipo de eleitor está cada vez mais raro;
O partidário – aquele que
vota a partir de uma orientação partidária, que acredita no seu partido e nos
candidatos que compõe a nominata da legenda. Este tipo de eleitor também está
ficando escasso.
Em todos os casos pode-se
perceber uma forte influência das redes sociais, mas isso é tema para outro
artigo.
Do ponto de vista dos
candidatos, existem dois tipos:
Os candidatos idealistas –
aqueles que acreditam que o processo eleitoral é um excelente momento para
conscientizar a população e faz sua campanha a partir de projetos e propostas;
Os candidatos oportunistas –
aqueles que tiram proveito da fragilidade econômica de parte da população e
troca votos por favores como pagamento de contas atrasadas, cestas básicas entre
outras coisas. Infelizmente os oportunistas são a maioria.