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domingo, 14 de agosto de 2011
A normalidade é assombrosa
Título retirado do livro manuscritos de Felipa de Adélia Prado
Assim como o poeta Manoel de Barros, tenho apego a coisas desimportantes, tanto que às vezes – em geral, não me manifesto sobre assuntos considerados “relevantes”, tenho medo de mostrar esse meu defeito e acabar, por interpretação distorcida, sendo encaminhado para os locais onde quem se desconecta das coisas da “realidade” vivem.
Vou citar alguns exemplos de coisas que não entendo a importância:
- Bolo vivo em festa de aniversário de 15 anos. Pra quê fazer as pessoas passarem por aquela situação?
- Definição do tipo de traje a ser usado em determinadas ocasiões. Não é melhor que cada um se vista como quiser?
- Comer peru no natal. Por que peru?
- Comemoração de festa de São João pelos gaúchos. Não somos da província de São Pedro?
- Festa de Halloween. Isso não é coisa de gringo?
- Papai Noel. Tá bem, o velhinho é até engraçadinho, mas isso é coisa de brasileiro?
- Colunas ou páginas sociais em jornais e revistas (comunicando, inclusive com fotos, que fulano casou com beltrano, quem está fazendo aniversário...). Já temos tantas formas de futilidade, pra que mais essa?
- Concursos de beleza. Na minha visão estes eventos expõem e transformam as pessoas em produtos supérfluos.
- Desfilar lentamente de carro por avenidas movimentadas ou estacionar em postos de combustíveis com som alto, furando os tímpanos.
- Falar sobre a vida alheia. A palavra alheia já diz tudo.
- Cigarro. Tem gente que acha que fumar é charmoso.
Vou parar por aqui. Daqui um pouco serei acusado de velho ranzinza, coisa que realmente sou, daí me chatearei. Sabe como é, neste mundo não é bom ser o que se é!
Pra encerrar, deixo um pouco de coisas importantes, sentidas e escritas por Manoel de Barros:
‘Eternidade é palavra encostada em Deus.’
‘Meu desagero é de ser fascinado por trastes.’
‘Quem ornamenta o azul das manhãs são os sabiás.’
‘Palavras. Gosto de brincar com elas. Tenho preguiça de ser sério.’
‘Tenho candor por bobagens. Quando eu crescer eu vou ficar criança.’
‘Preciso alcançar a indulgência pedral.’
‘Passarinho faz árvore de tarde nos andarilhos.’
‘Poeta é uma pessoa que reverdece nele mesmo.’
Dica
Leiam o livro “Tratado Geral das Grandezas do Ínfimo” de Manoel de Barros, vocês se surpreenderão com a sensibilidade deste grande poeta.
Claiton Manfro
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